Uma aventura como cabeleireira
Como sabem; graças a pandemia os cabeleiros continuam fechados. Pois é, mas não é por isso que o cabelo deixa de crescer. Mas devia! acho que também devia ficar de quarentena e não crescer. Mas na realidade não é isso que acontece, parece que ainda cresce mais depressa. Malvado. E foi isso que proporcionou esta peripécia que vos vou contar de seguida. Confesso que fez com que descobrisse qualidades em mim que desconhecia e com que eu e o meu namorado apanhássemos umas valentes “barrigadas de risos e nervos”, confesso que esses existiram bastantes.
Então aqui vai: O meu namorado continua a trabalhar, sem ser em teletrabalho, tem que ir a empresa todos os dias e achava ele que o cabelo dele já estava a ficar demasiado grande e que podiam não ficar bem em contexto de trabalho. Em tom de brincadeira foi repetindo várias vezes:
- Vais ter que ser tu a cortar-me o cabelo. Ou isso ou então tento ser eu e isso é capaz de não ser uma boa ideia.
Sempre fui desviando a conversa e brincando com a situação:
- Corto pois; se quiseres ficar sem cabelo ou com um penteado novo e bastante engraçado podes contar com isso.
Nunca se falou a sério, até sexta-feira passada que o rapaz falou a sério e eu tive mesmo que lhe cortar o cabelo.
Escusado será dizer que nunca tinha feito nada do género e nem sequer mexer numa máquina de cortar o cabelo tinha mexido. As funções, dela, que eu sabia era de ver a cabeleireira cortar-lhe o cabelo sempre que vou com ele ao cabeleiro. Percebia tanto disto que o meu maior medo não era cortar mais ou menos cabelo era magoá-lo, como quem diz cortar-lhe a cabeça. Que parvoíce, como se não existem pentes da máquina que impedisse isso e ajudassem na tarefa.
Depois de entender que não havia perigo lá dei início ao processo e fui cortando, sempre a medo, até que comecei a perceber que a coisa não estava a ficar mal. Assim sendo, e sempre com muita calma, acabei por cortar o cabelo todo.
Quanto ao resultado final, tendo em conta que foi a primeira vez, e a minha falta de conhecimento, o resultado nem foi mau de todo. Até havia ficado bem e para o desenrasca acho que até ficou “melhor que a encomenda”.
Quem mais já passou pelo mesmo?
Por fim desejo que os cabeleireiros, com todos os cuidados devidos, possam abrir em breve. Porque fazem bastante falta e porque o sector precisa disso para sobreviver e para sair deste cenário negro que a pandemia trouxe.