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Desabafos de uma Adulta ao Contrário

Retalhos soltos de uma Mente que não pára !

27 de Novembro, 2022

O Pico da Tempestade

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 Finalmente chegamos a casa, preparava-me para colocar as chaves na porta, quado me apercebi que não me podia despedir de ti. Ainda não sabia o teu nome! Nesse instante o meu coração acelerou (ainda mais) e eu fiquei petrificada a tentar, definitivamente , colocar as chaves na fechadura. Talvez farto da espera ou, até, confuso com o meu comportamento e falta de agradecimento, foste mais rápido que eu:

- Pronto! Estás em casa. Agora já podes relaxar... Apesar de alguns pingos de chuva conseguimos chegar sem sermos atingidos pelo pico da tempestade. Vou ver se consigo chegar até minha casa, só, com uns pingos de chuva. Espero que fiques bem!

Esperou que eu dissesse alguma coisa... Sem sucesso no resultado virou costas e começou a caminhar... Gostava de lhe ter agradecido, de lhe perguntar o nome, de saber mais sobre ele e quem sabe oferecer um café... Mas não consegui fazer nada disso.. Era como se tivesse ficado retida dentro de uma bolha e não conseguisse ter força e espaço para falar.

Suspirei! Abri finalmente a porta. Preparava-me para entrar em casa, triste, por saber que nunca mais o voltaria a ver e a culpa era minha... Quando a chuva ficou mais forte, o vento começa a soprar de forma impetuosa e soam os primeiros trovões. Não conseguia entrar, fiquei agitada... Sabia que, pelo tempo, ainda não podias ter chegado a casa. Ias apanhar o pico da tempestade; na rua; sozinho e a culpa tinha sido minha... Não me querias que chegasse sozinha a casa.

 Foi nesse instante que me decidi finalmente... Fechei a porta, guardei as chaves e comecei a correr. Na esperança de não demorar muito até te encontrar. Confesso que o nervosismo e a adrenalina não me deixaram ter medo do pico da tempestade. Foi passado largos minutos e depois de ter corrido alguns metros, que te consigui avistar, ainda que, sem grande certeza; a cortina de chuva e as folhas que se levantavam com o agitar do vento não me permitia ver com muita nitidez.

 Sem querer esperar muito tempo e com o medo de te "perder" outra vez gritei:

- Espera! Sou a Teresa.

Foi no instante que paraste de caminhar e olhaste para trás.

 

09 de Novembro, 2022

A culpa é da tempestade # 2

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Com uma voz doce e com um sorriso contagiante apressa-se :

- Desculpa! Mas não pode deixar de notar que ficaste paralisada com o surgir da tempestade.

Demorei algumas minutos a responder... Confesso que fiquei hipnotizada pelo seu sorriso e pela transparência que raiava do seu olhar.

- Sim! Estou um pouco aterroriza e sem perceber o que aconteceu; Estava tão bom tempo...

- Não sei onde tu moras mas eu vou em direcção à praça, se quiseres, eu posso fazer-te companhia até casa. Não é bom ficarmos aqui ou demorar muito mais. A tempestade está prestes a "rebentar".

Com a voz tremula, mas confiante (como se isso fosse possível) aceitei a sua ajuda e começamos o caminho.

Não dissemos nada nos primeiros minutos. Apenas caminhamos... num compasso apressado para conseguir chegar a casa sem que os primeiros pingos de chuva se manisfestarem.

                                                                      

O céu ficava cada vez mais escuro, o vento soprava cada vez mais forte e a chuva ia aparecendo com pingas grossas e espaçadas. Não podia esconder mais o nervosismo. Aliás, o duplo nervosismo. Estava com o medo da tempestade, mas, confesso que estava , ainda, com mais medo do sentimento que se estava a apoderar de mim.

como se me conhecesse à muitos anos estendeu-me a mão e disse:

- Não te preocupes. Vamos chegar bem. Ainda estamos longe ?

Disse-lhe que não. Devíamos estar para ai a um quilometro de casa!

Não disse nada. Apenas sorriu e apertou, com força, a minha mão.

Chegamos finamente casa...

 

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05 de Novembro, 2022

A culpa da tempestade

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Está uma manhã linda de Outono!

Lá fora as folhas caiem das árvores, o vento sopra delicadamente e  agita as árvores; obriga as pessoas que passeiam os cães a usar corta vento e um elástico  para prender o cabelo e evitar os "nós" na hora de pentear.

Enquanto tudo isso acontece lá fora eu continuo sentada, de frente para a lareira, e enroscada na manta que ele me tinha oferecido. Fazia-me sentir mais perto... Era como se ele nunca se tivesse ido embora.

Não sei o que está acontecer. Nunca me senti assim antes. É como se de repente todas as folhas outonais ganhassem cor e o meu coração se enchesse de ritmo e vida. Como acontecia quando fazia atletismo.

Aconcheguei-me mais um bocadinho... Fechei os olhos. Voltei ao parque onde te vi pela primeira vez.

Estávamos ambos a fazer o plano de treinos matinal quando nos apercebemos que algo muito estranho estava acontecer. O céu começou a encobrir, formaram-se umas nuvens negras e robustas e o vento começou a soprar de uma forma assustadora. Era como se de um momento para outro, se tivesse formado uma tempestade magistral.

Fiquei paralisada com o cenário assustador que se formou...

Não demorou muito até que viesse ter comigo...

(Continua).