O Pico da Tempestade
Finalmente chegamos a casa, preparava-me para colocar as chaves na porta, quado me apercebi que não me podia despedir de ti. Ainda não sabia o teu nome! Nesse instante o meu coração acelerou (ainda mais) e eu fiquei petrificada a tentar, definitivamente , colocar as chaves na fechadura. Talvez farto da espera ou, até, confuso com o meu comportamento e falta de agradecimento, foste mais rápido que eu:
- Pronto! Estás em casa. Agora já podes relaxar... Apesar de alguns pingos de chuva conseguimos chegar sem sermos atingidos pelo pico da tempestade. Vou ver se consigo chegar até minha casa, só, com uns pingos de chuva. Espero que fiques bem!
Esperou que eu dissesse alguma coisa... Sem sucesso no resultado virou costas e começou a caminhar... Gostava de lhe ter agradecido, de lhe perguntar o nome, de saber mais sobre ele e quem sabe oferecer um café... Mas não consegui fazer nada disso.. Era como se tivesse ficado retida dentro de uma bolha e não conseguisse ter força e espaço para falar.
Suspirei! Abri finalmente a porta. Preparava-me para entrar em casa, triste, por saber que nunca mais o voltaria a ver e a culpa era minha... Quando a chuva ficou mais forte, o vento começa a soprar de forma impetuosa e soam os primeiros trovões. Não conseguia entrar, fiquei agitada... Sabia que, pelo tempo, ainda não podias ter chegado a casa. Ias apanhar o pico da tempestade; na rua; sozinho e a culpa tinha sido minha... Não me querias que chegasse sozinha a casa.
Foi nesse instante que me decidi finalmente... Fechei a porta, guardei as chaves e comecei a correr. Na esperança de não demorar muito até te encontrar. Confesso que o nervosismo e a adrenalina não me deixaram ter medo do pico da tempestade. Foi passado largos minutos e depois de ter corrido alguns metros, que te consigui avistar, ainda que, sem grande certeza; a cortina de chuva e as folhas que se levantavam com o agitar do vento não me permitia ver com muita nitidez.
Sem querer esperar muito tempo e com o medo de te "perder" outra vez gritei:
- Espera! Sou a Teresa.
Foi no instante que paraste de caminhar e olhaste para trás.