Hipérbole
Boa tarde,
Por entre as folhas vejo-te desvanecer numa dança própria e exuberante, característica de quem sabe o que vale e de toda a sua importância.Os velhinhos, no jardim, levantam os olhos do jornal e fixam os olhos em ti e no rodopio que deixas por onde passas. As flores no jardim voltam-se para ti como se fosses o sol que faz crescer os girassóis, as pombas levam voo para tu passares e as aguas agitam-se para que encontres conforto na bisa libertada por elas.
Depois de teres desvanecido no horizonte e ter desassossegado o bairro inteiro vou para dentro e sento-me na poltrona da sala enquanto deixo que o meu coração de acalme e retome os batimentos normais. Apesar do frenesim sinto que estou calma e que posso adormecer a qualquer momento. Não resisto e deixo-me ir aos poucos e poucos. Talvez para te voltar a encontrar.
Não sei quanto já andei e o que ainda tenho para andar. Não tenho medo, continuo a correr na esperança que apareças, por entre as folhas, novamente. Não te vendo continuo a correr sem medo. Descubro as mais bonitas paisagens, os lagos mais lúcidos e as planícies mais verdejantes. Mas nunca tu. Nada é igual a ti. Continuo... e continuo até que me deparo com o fim do monte!
com um salto inquieto, acordo e olho à minha volta. Não havia folhas, não havia lagos e muito menos planícies nem sinais de ti. Foi assim, que me apercebi que tudo aquilo não passou de um sonho e de uma hipérbole (minha) à forma como te vejo e como te admiro. Fiquei confusa! mas tão contente ao mesmo tempo. Porque mesmo num sonho e entre folhas e nevoeiro, voltei a ver-te novamente.
Boas leituras e bons sonhos! Nunca se esqueçam deles!