Hoje sonhei contigo. Estavas sentado num banco da escola. Estavas sorridente e a conversar com os teus amigos. Quando me viste ficas-te chateado e querias sair dali de imediato sem sequer olhar para mim. Foi aí que me antecipei e com um passo largo intercetei-te e pedi que não fosses.

Agora foste tu que te antecipaste e sem que te perguntasse nada e de forma assertiva afirmas-te que não querias falar comigo e que eu tinha que que me mentalizar que a nossa amizade tinha acabado, o tempo tinha passado por nós e que agora não restava nada a não ser: sentimentos maus que sugavam qualquer réstia de hipótese de conseguirmos falar e resolver as coisas.

Foi nesse momento e sem, mais demoras, que entendi que tinha que te deixar ir e que não havia mais nada que eu pudesse fazer a não ser pedir desculpa; guardar todas as recordações e lembranças (boas) da nossa longa amizade. Como por exemplo esta: Quando na primavera, acabada de chegar, nos sentávamos no muro (do senhor André) a olhar para as plantas umas em flor, outras já com os rebentos, e passávamos horas e horas a falar de tudo e de nada e com tantos sonhos como o tamanho da beleza do quadro que estávamos a observar.

Quando acordei…vesti umas calças de treino e uma camisola larga e fui correr. Enquanto corria e a brisa me saudava ia pensando como (todas) as pessoas são importantes na nossa vida e como as devemos recordar pelas coisas boas e pelos sorrisos que nos roubaram, por mais que tenhamos seguido caminhos opostos ou por muito incompatíveis que presentemente nos tenhamos tornado.

Foi aí que decidi correr até ao muro (do senhor André), sentar-me e ficar a observar as árvores; já com os frutos quase maduros.

Boa noite e até ao próximo desabafo de uma mente que esta em constante agitação.